sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Avant Garde.- Ricardo Kersting e Nani


Na verdade a gente nunca tem a noção exata da importância que se representa para alguém.

Engraçado era ouvir nossos nomes vinculados a movimentos de vanguarda para outras pessoas parecíamos extra terrestres. Podíamos rir de todas situações e algumas atitudes nossas eram tidas como excêntricas, mas copiadas em muitos casos.


O que não nos ensinaram, se tentaram ensinar, certamente não aprendemos, era como lidar com coisas que escapavam tão fácil do nosso controle. A estampa vanguardista de repente se tornava pejo, apenas uma lembrança dos tempos de estudantes irreverentes, para rapidamente nos tornarmos ilustres desconhecidos, arremedos de ícones e finalmente marginalizados.


Fico impressionado ao perceber que em tão pouco tempo o mundinho das artes numa cidade grande fica estreito, rarefeito e elitizado. Neste englobar, muitos talentos se perdem muitos desistem antes de alcançar algum sucesso. Alguns se tornam conhecidos noutras paragens e isso é muito comum. Mas a maioria vira joguete nas mãos dos poderosos, impotentes tentando sobreviver à exploração moral e econômica.


"Ontem todos os meus problemas pareciam distantes". Paul McCartney.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A obra acabada.- Doris. Mármore do Espírito Santo.


Passei grande parte da minha estrada buscando o acabamento perfeito, o brilho, a luminosidade resplandecente ao ponto de refletir a incredulidade dos observadores. Quanto tempo perdido. Se o polimento significasse uma arte final teríamos que pensar em colocar os melhores porcelanatos em galerias de arte. Não somente como piso, mas como obras de arte prontas para o consumo. Ao estudar a escultura aprendi a valorizar a intenção do artista, não apenas o acabamento visível, mas principalmente tudo aquilo que ele deixou de "fazer" em seu trabalho e os motivos pelos quais ele assim procedeu.


Atrás da conclusão de uma obra, se esconde a essência da mesma. Muitas vezes o escultor entende que a peça, aparentemente inacabada, já cumpriu o seu objetivo. Ele imprimiu em suas formas tudo o que fazia parte de seu projeto. Quaisquer cortes, aprofundamentos, polimentos ou outro procedimento estariam tangenciando o excesso. A suposta falta não pode ser questionada, e nem é detectada por alguém alheio à concepção da obra, até porque isto pode nem ter passado pela cabeça do artista. Mas o excesso sim. Além de ser facilmente percebido, quase sempre denuncia a imperícia e a falta de domínio.


Não quero ficar criticando aqueles que buscam aprimorar o polimento de suas obras, são julgamentos exclusivos de cada escultor. Entretanto, da minha parte quero me dedicar mais profundamente às formas. A pedra tem que estar sob meu comando e nela vou gravar aquilo que compreendo como parte essencial da minha escultura.


Se o polimento fosse tão importante assim, poucas peças de Rodin, Michelangelo, Brancusi, Picasso, Moore e outros seriam consideradas concluídas.

domingo, 6 de setembro de 2009

Saudade


Das noites movidas à arte, Vernissages e a

música rolando. Final dos anos 80, era só para quem

sabia.

Essa turma da "pensada" que a vida tratou de unir

também por outros assuntos separou.


Da esquerda para esquerda (sempre): Ricardo Simsen, Marilha,

Dagoberto Soulué e eu.

A pessoa com quem estou falando, não faço a menor ideia quem

seja. Eram coisas que aconteciam depois das aberturas e das

fechaduras...